quarta-feira, 8 de junho de 2011

La Chaumiére

Relutei em colocar como título desse post o nome do restaurante. Pra mim é Severino, não La Chaumiére. E também não Seve-rã, como já  li em reportagens sobre o lugar e o chef. Severino, mesmo, brasileiro. Severino tem orgulho de ser brasileiro e  nordestino, e de saber como ninguém os segredos da autêntica e tradicional cozinha francesa. Então, o nome do restaurante é francês – La Chaumiére. Mas pode chamar de Severino também.
Os primeiros donos eram franceses, e foi com eles que Severino aprendeu a cozinhar e a cuidar do restaurante. Quando os franceses quiseram se aposentar, há muitos anos, venderam o lugar para Severino, e já ouvi dizer que só venderiam mesmo se fosse para Severino. Confiavam nele.
Pra nossa felicidade, Severino comprou e cuida muito bem de tudo. O lugar é pequeno e aconchegante, e a Severino não interessa aumentar, pra poder manter a qualidade, como ele mesmo diz. Certíssimo, Severino. Nunca fui lá pra comer mais ou menos bem ou pra ser mais ou menos bem atendida. Qualidade mantida, então. Uma única reforma foi feita nos muitos anos de funcionamento, mas sem comprometer a essência do local. Instalações sem  luxo e sem modismos, pra deixar a comida brilhar sozinha.
Severino respeita o gosto do cliente. Saber o que é bom, ele sabe, que o steak fica melhor ao ponto, que o vinho mais seco acompanha melhor o prato, mas não interfere. Quer a carne bem-passada? O Eraldo, fiel escudeiro do Severino,  explica que, nesse caso, o steak virá aberto, pra ficar mais fino e no ponto exato pra você, sem queimar por fora.  Prefere vinho mais doce? Sem problemas, lá você nunca será criticado por isso. Essa liberdade que o Severino dá pra gente vai nos conquistando aos poucos, e hoje já peço meu steak au poivre “ao ponto pra bem”, e ele vem altinho, macio, suculento, rosinha por dentro, ou seja, exatamente do jeito que eu quero. Evoluí também no vinho, e  mesmo não sendo ainda fã dos muitomuito secos,  devo um pouco disso também ao  Severino.
Ah, e o couvert... simples e tão gostoso que nem dá pra acreditar:  torradinhas, pão com alho, carpaccio de rabanetes em fenomenal molho de mostarda, e outro dia tinha um patê de foie gras que recebeu vivas e aplausos na mesa.
Mas o carro-chefe da casa é o steak au poivre: filé alto ao molho de pimenta preta. Se é muito apimentado? Bem, se você não aprecia a pimentinha preta inteira explodindo na boca, tem uma porção de outros molhos maravilhosos também. E como acompanhamento tem arroz branco e a mais perfeita batata soutée que você verá na vida.
O Severino me traz ótimas recordações de adolescência, foi meu pai que me levou lá pela primeira vez. Vendo que eu não conseguia comer tudo, pois já tinha exagerado no couvert, ele profetizou: amanhã você vai se arrepender de ter deixado esse pedacinho da carne no prato. Dito e feito, no dia seguinte lá estava eu com saudades do meu steak e lamentando ter deixado aquele pedaço pra trás...  dali pra frente virou mania. Às vezes passo meses sem ir lá, mas quando menos espero já estou com sintomas da síndrome de abstinência de steak au poivre.
Quando comecei o blog, pensei em escrever logo sobre o Severino. Fui adiando, mas agora vou  falar: La Chaumiére é o melhor restaurante da cidade, Severino é o melhor chef. Pronto, nada mais a declarar.



Steak au Poivre: cuidado, isso vicia!
 
La Chaumiére 
 SCLS 408, Bloco A, loja 13


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Almoço simples e delicioso

Há alguns fins de semana tivemos a ideia de pedir pra Gil deixar algo semi-pronto na geladeira, pra facilitar nossa vida. Um camarão ou uma carninha temperada, um molhinho diferente, umas batatas etc. O bom é que isso despertou o Jamie Oliver que habita dentro do Cristiano: ele tem se revelado um ótimo chef, mas pretendo detalhar isso em outro post. Preciso de mais elementos pra confirmar se esse lado chef é pra valer mesmo ou se é só fogo de palha, né?

Mas no domingo passado tinha lá na geladeira uns filés já temperados e também uns queijinhos, que nunca deixamos faltar. Aí tive a ideia: filés perfeitamente selados pelo chef Cristiano, com uma camadinha de roquefort derretendo por cima, e umas castanhas de caju picadas  grosseiramente. Pra acompanhar, não precisava de mais nada além da maravilhosa farofinha de ovos da Gil. Assim, em menos de dez minutinhos, voilá, um almoço simples e delicioso, no conforto do lar!

Pra fechar com chave de ouro, aqueles chocolatinhos de menta do último post, e um licorzinho de ginja pra lá de especial. A ginja é uma frutinha portuguesa pequena e  vermelhinha, que lembra a cereja. Ale Blanco, blogueira do Ig,  contou outro dia que lá em Portugal,  ao perguntar se a ginja é um tipo de cereja, a moça respondeu simplesmente: "ginja é ginja". Então tá.


E ainda tem frutinhas no fundo!

Delícia de domingo